Resumo da ópera
Temos muito que aprender. Vamos tentar ir resumindo tudo que aconteceu para quando voltarmos na prócima vez, fazermos certo.
Dia 1 (sex, 06 jan): saída do Rio de Janeiro à tarde, depois de muito sufoco pra botar o Shrek pra rodar. Virada de noite na estrada.
Dia 2 (sab, 07 jan): viajando desde São Paulo até Uruguaiana (RS). Chegada à tardinha. Ajustes de equipamentos no Esquadrão de Cavalaria. Noite de cão.
Dia 3 (dom, 08 jan): passagem pela fronteira. Filho do seu Tião foi autorizado a entriar na Argentina com identidade militar. É peixe. Viagem para Mendoza a todo vapor até que o Shrek abriu o bico. Estourou a correia desdentada por conta do arrebentamento da correia do não sei o quê. Rebocamos para Rio Cuarto e começou o (primeiro) drama.
Dia 4 (seg, 09 jan): todos em Rio Cuarto às voltas com o Shrek.
Dia 5 (ter, 10 jan): Cecilio, Rafa, Tanos e Magda viajam para Mendoza. Restante permanece em Rio Cuarto (David, Eloy, Rosiane e Tadeu).
Dia 6 (qua, 11 jan): todo mundo bundeando nas duas cidades.
Dia 7 (qui, 12 jan): idem.
Dia 8 (sex, 13 jan): galera de Rio Cuarto viaja para Mendoza no final do dia.
Dia 9 (sab, 14 jan): galera chega em Mendoza às 3 da madruga. Aluguel de equipos, permisso e últimos ajustes. Viagem de todos da equipe (mais o Castedo) para Penitentes.
Dia 10 (dom, 15 jan): tentativa de ida no Cristo dos Andes. Ajustes de equipo, despacho de material nas mulas e marcha para Confluência. Primeira baixa: Eloy sente a operação de hérnia. Todos exageramos no peso. Uma confusão com a possibilidade de recebermos o material das mulas um dia mais tarde, em Plaza de Mulas, nos fez levar comida e equipo para 4 dias no lombo. Cheguei botando os bofes pra fora, sem saber com certeza se era por causa do peso ou da (falta de) aclimatação. David começa a sentir o pulmão.
Dia 11 (seg, 16 jan): caminhada até Plaza Francia. Chegamos apenas até o Mirador da parede sul, umas duas horas antes. Rafa foi mais longe, porém não chegou à Plaza Francia tb. Fomos Eu, Tadeu, Rosiane e David. Um pouco mais tarde Tanos e Magda chegaram a começar a marcha, porém a Magda desistiu. Ambos voltaram. David parou um pouco antes do Mirador e voltou sozinho, com dores no pulmão. Acabou sendo a segunda baixa, desistindo de continuar na expedição. Passei mal pra kct nessa marcha. Uma dor de cabeça forte e um completo embrulho no estômago. Juro que eu sentia algo mexer e fazer barulho ali pela região de lado esquerdo da barriga. Parecia o próprio Alien. A pouco tempo de chegar de volta em Confluência precisei correr para trás de uma pedra e lutar com o Alien. Cheguei aos tapas, me carregando a mim mesmo. Apaguei e nem comi. Mal sinal. Completamente diferente do ano anterior, quando estive muito bem ao fazer as mesmas coisas.
Dia 12 (ter, 17 jan): descanso em Confluência. Acabamos ficando todos desgastados com a ida ao Mirador da parede Sul. Tiramos o dia para descansar e ajustar o equipamento. O peso excessivo acabou sendo despachado de mulas para Plaza de Mulas. Só eu, Tadeu, Rosiane e Rafa acabamos despachando SETENTA quilos. Isso quer dizer que estávamos carregando esse peso nas costas e que tínhamos intenção de levá-lo à pé por toda a caminhada de mais de 32 km até Plaza de Mulas. Um erro estratégico. Me senti bem, mas a ága de Concfluência, rica em Magnésio, ficou me lembrando de suas características durante todo o dia. Foram várias corridas loucas até os banheiros públicos. Lá não se usa moitinha e nem pedrinha. Soubemos nesse dia que a Magda não dormia desde que chegamos em Confluência. Ela resolveu desistir e descer com o David, dando força ao Tanos para continuar conosco. Baixas números 2 (David) e 3 (Magda). Castedo rumou para Plaza de Mulas sozinho depois de despachar excesso de peso por muares.
Dia 13 (qua, 18 jan): marcha para Plaza de Mulas. Não dormi a noite inteira. Tadeu e Rafa começavam a sobrar dentre os que ficaram. Eu continuava a me arrastar. Ficou claro que o grupo deixava de ser um grupo (exceto Castedo, que jogava sozinho desde o começo), com cada um andando no seu próprio passo. Talvez a coisa tenha começado a se desmanchar nessa independência de cada um de nós. Tadeu e Rafa fizeram em cerca de 8 a 9 horas enquanto eu e Tanos, os últimos a chegarem, fizemos em 10 horas. A subida da Cuesta Brava no final é ... humilhante. Sobe-se apenas 500 metros em 32 km de marcha e mais 500 metros em apenas 1 km de marcha. Cheguei no hotel Refúgio Plaza de Mulas aos tapas, me arrastando, com dor de cabeça, embrulho no estômago (que já havia dado o ar da graça várias vezes na marcha) e se conseguir respirar direito. Percebi que tomar 4 a 5 litros de água por dia seria uma tarefa quase impossível. Bebi apenas 3 litros durante todo o dia, mesmo com a marcha de 33 km sob sol. A tal Playa Ancha é aaaaaancha mesmo, mas muito ancha. Bota ancha nisso. E o pior é que o piso é todo de pedregulhos grandes e soltos. Um porre. Fui ouvindo meu MP3 player o tempo quase todo e foi motivante ouvir as músicas que sempre ouço quando estou correndo no calçadão de Copa em plena Playa Ancha. Um detalhe interessante... a batida da Macarena ditou exatamente a passada na Playa Ancha. Repeti até não aguentar mais aquele "Aaaaa haaaaaaiii..." Comemos no hotel (8 dólares um sanduba) e dormimos (?) no alojamento por 19 dólares. O material estava cuidadosamente arrumado no saguão do hotel. As mulas do Antonio Mir haviam entregue tudo sem falta.
Dia 14 (qui, 19): não dormi a noite passada inteira. A respiração simplesmente falhava. Apesar dos 3 cobertores e da simples, porém confortável, cama do Hotel Refúgio Plaza de Mulas, era muito difícil para mim respirar normalmente. Até respirava, mas umas 4 ou 5 vezes, de forma normal. Daí parece que a falta de ar se acumulava e era preciso uma respirada forçada, profunda, para repor o ar que estava faltando. E nada de dormir. Assim foi a noite toda, alternando 4 ou 5 respiradas normais e umas duas desesperadas. Engraçado que o Tadeu roncava ali do lado, apresentando exatamente o mesmo padrão de respiração que eu. Só que ele dormia e eu não. Acordamos e passamos o dia descansando e cuidando da vida na montanha, já que no dia anterior ninguém havia arrumado nada. Montamos barraca, organizamos o nosso canto no Comedor Libre do Refúgio e exploramos os arredores. O tempo estava como sempre esteve exceto nos dias das tempestades: sol forte até umas 13 horas e depois nuvens na parte alta da montanha até umas 20, 21 horas. Em seguida, ficava aberto novamente. Esse padrão não impediu que várias pessoas chegassem ao cume mesmo debaixo da cobertura de nuvens.
Dia 15 (sex, 20): ida até Plaza Canadá para aclimatação. Não foi feito porteio. Erro?
Dia 16 (sab, 21): descanso em Plaza de Mulas. Tempestade de neve sinistra. Tanos desceu. Eu desisti da tentativa de subida ao cume.
Dia 17 (dom, 22): Tadeu, Rafa e Rosiane fazem porteio para Plaza Canadá (Tadeu e Rafa) e para uns penitentes no caminho para Nido (Rosiane). Tempestade de neve mais fraca. O grupo se desfaz de vez.
Dia 18 (seg, 23): Tadeu decide descer. Embarco nessa oportunidade de sair dali. Descemos em 6 horas até Horcones. Bisonhice enorme em Confluencia... Rafa segue na luta e se muda para Canadá. Rosiane diz que vai tentar o cume.
Dia 19 (ter, 24): Rafa se muda para Nido com muito sacrifício. Mais uma nevasca. Rosiane resolve descer. Castedo desce junto.
Dia 20 (qua, 25): Rafa passa o dia em Nido dos Condores.
Dia 21 (qui, 26): Rafa sobe para Berlin.
Dia 22 (sex, 27): Rafa ataca o cume por 2 ou 3 horas. Decide voltar pouco antes de Independência. Volta para o Hotel.
Dia 23 (sab, 28): Vamos buscar Rafa em Horcones.
Dia 24 (dom, 29): Comércio fechado, temos que esperar a segunda para devolver equipos alugados.
Dia 25 (seg, 30): devolução de equipos. Drama com o desaparecimento da jaqueta do Rafa. Não conseguimos iniciar a viagem. Rafa é parcialmente indenizado pela jaqueta.
Dia 26 (ter, 31): viagem de Mendoza até San Francisco. Saímos tarde porque insisti em ir comprar vinho na Bodega Etchart.
Dia 27 (qua, 01 fev): partimos as 8 da manhã rumo ao Rio de Janeiro e decidimos não parar para dormir em Foz conforme programado. Tá todo mundo louco pra voltar pra casa.
Dia 28 (qui, 02 fev): chegamos ao IME lá pelas oito e meia da noite. Fim de papo. À noite me questiono profundamente porque desisti do ataque ao cume. O sentimento é... pqp.. vou ter que fazer tudo de novo....
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