terça-feira, dezembro 13, 2005

Aclimatação (ou não)

Moral da história dessa tal aclimatação

"Com menos oxigênio, nossas reações químicas - necessárias para falar, pensar, avaliar - se tornam menos eficientes" (O Corpo no Limite, Kenneth Kamler)

Altitude

Abaixo de 2.400 m é raro sofrer de mal da altitude.

Tempestades causam queda de pressão adicional, aumentando o desconforto de quem já está em altitude elevada.

Não se deve subir abruptamente para elevações maiores do que 3.000 metros e dormir. Passeios diurnos até elevações mais altas e o retorno para dormir mais embaixo é a forma de aclimatação mais indicada.

Acima dos 3.000 metros, não se deve subir mais do que 300 metros por dia para o pernoite.

Sintomas em geral

Dor de cabeça forte, insônia, fadiga, perda de coordenação, inchaços, tosse, respiração irregular, perda de de apetite, náuseas, diarréia, retenção de urina, fraqueza, pernas pesadas.

Não devemos esquecer de que algumas dessas coisas também aparecem por outros motivos.

Edema pulmonar de altitude (HAPE)

O aumento do fluxo sanguíneo nos pulmões, em busca de maior quantidade de oxigênio, leva ao vazamento de sangue, iniciando, literalmente, o afogamento.

Primeiros indícios são respiração ruidos, ficar ofegante mesmo parado e batiments cardíacos acelerados. Descer imediatamente. Agravando, surge uma tosse forte, possivelmente com espuma rosada, ansiedade, falta de ar, confusão mental e tom azulado nos lábios e unhas.

Aparece geralmente na segunda noite. E aparece rapidamente.

O tratamento é descer imediatamente e tomar Lassix e Diamox.

É mais comum entre homens do que entre mulés.

Edema cerebral de altitude (HACE)

O cérebro utiliza 20% do oxigênio consumido pelo corpo. Na falta do O2, mais sangue é bombeado para o cérebro, que incha e dói.

Indícios: forte dor de cabeça que não passa nem com remédios. Vômito e perda de coordenação vem a seguir.

Depois de 1 dia do aparecimento dos sintomas, eles se agravam e, a partir de mais um dia, há risco de entrar em coma. O tratamento é descer e ministrar dexametasona.

Outras sinistrices

Edema de altitude: tudo incha por conta da alteração da distribuição dos sais no organismo. Levar sutiãs maiores, meninas. Todos, cuidado na hora de escolher as botas.

Pequenas hemorragias na retina: devem sumir em pouco tempo.

Avaliação

Os seguintes sintomas devem ser pontuados: Dor de cabeça, náuseas, anorexia, insônia e vertigem - 1 ponto. Dor de cabeça que resiste à aspirina ou vômitos - 2 pontos. Falta de ar, fadiga intensa ou diminuição da diurese - 3 pontos. Diagnosticando-se até 3 pontos, tomar aspirina. De 4 a 6 pontos, deixar de subir. Mais de 6 pontos, descer.

Remédios

Diamox: aumenta a taxa respiratória e também é diurético. Pode levar à desidratação. São recomendáveis 125 mg na manhã da ascensão, novamente à noite e duas vezes ao dia enquanto durar a ascensão. Continuar tomando até 48 horas após atingir a altitude máxima.

Decadron intravenoso previne e trata HACE.

Nifedipina trata HAPE.

Alimentação

O glicogênio é preferido em relação aos ácidos graxos. Muito carbohidrato e pouca gordura.

Ingerir 4 a 5 litros de líquidos por dia.

Forma física e altitude

A boa forma física pode levar ao mascaramento do mal da altitude por mais tempo.

Referências

Artigo de Eric Weiss
Texto detalhadíssimo
Manual Merck